"I care not what puppet is placed upon the throne of England to rule the Empire on which the sun never sets. The man who controls Britain's money supply controls the British Empire, and I control the British money supply."
Nathan Mayer Rothschild, 1815
Dita há exactamente dois séculos atrás pelo funding father do capitalismo global, esta é hoje mais do que nunca a máxima dos gurus grandes e minúsculos da chamada economia liberal e das leis dos "mercados". Os serventuários do grande capital encaram a democracia como o melhor sistema sempre e quando sejam eles ou os seus amigos a ganhar. Para esta gente, um governo que, ainda que de forma tímida - e é isso que o governo grego é - lhes faça frente é algo de inaceitável.
O folhetim a que vimos assistindo e a que, certamente por piada, chamam negociação, só terá paralelo com as conferencias que sucederam ao final da I Grande Guerra e que culminaram no tratado de Versalhes. As exigências drásticas ai impostas à Alemanha, levaram ao descalabro total da República de Weimar e levaram Hitler ao colo para o poder.
A forma como a "troika" - que se lixem as "instituições"! - tem conduzido o processo conforma uma ingerência e pressão inaceitáveis para com a vontade do povo grego e dos seus legítimos representantes. Como é possível que perante claras cedências do governo grego se estique a corda numa clara intenção não só de por de joelhos os negociadores como todo o povo grego? Não é de todo evidente estarmos perante uma intenção clara de fazer da Grécia uma lição para que outros não ousem sequer tentar fazer o mesmo? Pode-se não gostar do estilo de Varoufakis, mas que dizer da malcriada petulância de um Dijsselbloem, ou do paternalismo balofo da madame FMI?
Um dos argumentos mais ouvidos nos dias que correm é que as dívidas são para pagar e que os gregos gastaram tudo em putas e champanhe. Pois... O problema é que não é bem assim. Aparentemente ( http://www.theguardian.com/world/2015/jun/29/where-did-the-greek-bailout-money-go ) perto de 90% do dinheiro do resgate serviu para pagar aos bancos. E dos 10% restantes é duvidoso que tenha servido para melhorar as condições de vida dos mais desfavorecidos. Basta olhar para os cortes de salários e pensões, no aumento do desemprego e dos sem-abrigo.
Por muito titubeante que Tsipras e os seus rapazes possam ser, a verdade é que a sua posição encerra um perigo que faz tremer os lacaios da grande finança. O perigo de que o povo grego perceba que pode mesmo viver fora do euro e da politica de garrote que lhe querem vender. E que por esse caminho outros países e povos descubram que o melhor mesmo é viver dentro das suas possibilidades e não abaixo delas porque é preciso pagar o dinheiro que o capital sugou. Recuperando ao mesmo tempo a sua dignidade e soberania.
Nathan Mayer Rothschild, 1815
Dita há exactamente dois séculos atrás pelo funding father do capitalismo global, esta é hoje mais do que nunca a máxima dos gurus grandes e minúsculos da chamada economia liberal e das leis dos "mercados". Os serventuários do grande capital encaram a democracia como o melhor sistema sempre e quando sejam eles ou os seus amigos a ganhar. Para esta gente, um governo que, ainda que de forma tímida - e é isso que o governo grego é - lhes faça frente é algo de inaceitável.
O folhetim a que vimos assistindo e a que, certamente por piada, chamam negociação, só terá paralelo com as conferencias que sucederam ao final da I Grande Guerra e que culminaram no tratado de Versalhes. As exigências drásticas ai impostas à Alemanha, levaram ao descalabro total da República de Weimar e levaram Hitler ao colo para o poder.
A forma como a "troika" - que se lixem as "instituições"! - tem conduzido o processo conforma uma ingerência e pressão inaceitáveis para com a vontade do povo grego e dos seus legítimos representantes. Como é possível que perante claras cedências do governo grego se estique a corda numa clara intenção não só de por de joelhos os negociadores como todo o povo grego? Não é de todo evidente estarmos perante uma intenção clara de fazer da Grécia uma lição para que outros não ousem sequer tentar fazer o mesmo? Pode-se não gostar do estilo de Varoufakis, mas que dizer da malcriada petulância de um Dijsselbloem, ou do paternalismo balofo da madame FMI?
Um dos argumentos mais ouvidos nos dias que correm é que as dívidas são para pagar e que os gregos gastaram tudo em putas e champanhe. Pois... O problema é que não é bem assim. Aparentemente ( http://www.theguardian.com/world/2015/jun/29/where-did-the-greek-bailout-money-go ) perto de 90% do dinheiro do resgate serviu para pagar aos bancos. E dos 10% restantes é duvidoso que tenha servido para melhorar as condições de vida dos mais desfavorecidos. Basta olhar para os cortes de salários e pensões, no aumento do desemprego e dos sem-abrigo.
Por muito titubeante que Tsipras e os seus rapazes possam ser, a verdade é que a sua posição encerra um perigo que faz tremer os lacaios da grande finança. O perigo de que o povo grego perceba que pode mesmo viver fora do euro e da politica de garrote que lhe querem vender. E que por esse caminho outros países e povos descubram que o melhor mesmo é viver dentro das suas possibilidades e não abaixo delas porque é preciso pagar o dinheiro que o capital sugou. Recuperando ao mesmo tempo a sua dignidade e soberania.
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