O Manel dava voltas e mais voltas na cama, sem conseguir dormir. A Maria, impedida de dormir pelas voltas do marido pergunta-lhe: "Atão Manel, que se passa homem?", "Ai mulher, amanhã vence a letra de 500 contos ao vizinho Alberto e eu não tenho dinheiro para lhe pagar." "Ai, então é isso?", responde-lhe a Maria. "Pera ai que eu já resolvo o problema." A Maria levanta-se e, após alguns minutos, volta decidida: " Vá Manel, já podes dormir descansado!", "Então Maria??!!", "Olha fui bater à porta do vizinho e dizer-lhe que não tens dinheiro para lhe pagar, agora quem não dorme é ele!"
Vale tudo para dobrar a escolha de um povo. A ameaça, a chantagem, a tentativa de suborno. Habituados a yes-men subservientes os DDTs europeus espumam de raiva com os resultados das eleições gregas. Para esta gente a democracia só é válida quando os povos votam de acordo com os seus desejos. Para a corte da Sra Merkel a verdadeira votação é a votação dos "mercados", a expressão da vontade do capital. Para o sr. Constâncio o mesmo que devia ter estado atento às falcatruas do BPN) o que importa são as agencias de rating e não o resultado das eleições. Já se viu de tudo: a ameaça velada à Grécia, a chantagem aberta - "ou pagam ou lixam-se" - , finalmente a tentativa de sedução: se forem bons meninos, nós damos-vos mais dinheiro e até acabamos com a troika.
Como raio querem que esta gente perceba quando o ministro grego diz que o seu país não quer mais dinheiro? Como é que se atrevem? Merkl, Constâncio e aquele rapaz holandês malcriado - que pelos vistos pertence à escola dos falsificadores de títulos académicos no curriculum - comportam-se como torcionários ás ordens de agiotas. Parece um filme negro de Hollywood. Por isso não posso deixar de simpatizar com os heróis da fita, Tsipras e o seu ministro das Finanças.
Cá pelo burgo o filme transforma-se em farsa. Pouco contente com a desgraça e desgoverno em que tem o país, o nosso PM ainda se julga no direito de classificar as propostas do novo governo grego como "contos de crianças". Se o sr.Tsipras tivesse o nível de elevação de PPC poderia responder-lhe que as politicas do (des)governo PSD/CDS são um romance de Stephen King.
O problema da divida grega é que quem na verdade tem um problema são os credores e não o povo grego. O orçamento da Grécia é hoje, descontando o serviço da dívida, um orçamento superavitário. Dito de outra forma, se a Grécia resolvesse deixar de pagar a vida continuava em Atenas. Possivelmente sem luxos. Mas certamente , pelo menos para a esmagadora maioria do povo, para os desempregados e sem-abrigo, com menos problemas do que hoje. A questão é basicamente a mesma em Portugal e Espanha. Ao contrario do que nos querem fazer crer a crise não foi provocada por gregos, espanhóis ou portugueses. A não ser que a sua culpa tenha sido consumir demasiados produtos produzidos e vendidos pelos vizinhos do norte. Não tivéssemos nós comprados tantos queijos franceses, carros alemães ou telemóveis finlandeses e outro galo cantaria.
Outro problema grego ( visto do ponto de vista da elites dirigentes e do capitalismo especulador ) é a capacidade de contágio da vitória do Syriza a outros países. O caso mais aparente é o de Espanha onde o Podemos se apresenta nas sondagens com embalagem para ganhar.
Este contexto poderia, em principio, facilitar a vida ao PS. Isto se o PS fosse, de facto, uma alternativa. Mas o sr. Costa e seus acólitos têm pressa em demarcar-se não das políticas do PSD/CDS mas sim das propostas do Syriza. Com um PS assim é difícil perceber como quer uma certa "nova" esquerda construir uma plataforma de unidade, ao mesmo tempo que quer rotular o PC e a CDU como os que não querem essa unidade. Fazendo por esquecer que em Portugal as propostas mais aproximadas do Syriza são as do PCP. E que mesmo que em alguns militantes comunistas persista alguma desconfiança, a verdade é que o PCP nunca foi, é ou será um KKE.
Vale tudo para dobrar a escolha de um povo. A ameaça, a chantagem, a tentativa de suborno. Habituados a yes-men subservientes os DDTs europeus espumam de raiva com os resultados das eleições gregas. Para esta gente a democracia só é válida quando os povos votam de acordo com os seus desejos. Para a corte da Sra Merkel a verdadeira votação é a votação dos "mercados", a expressão da vontade do capital. Para o sr. Constâncio o mesmo que devia ter estado atento às falcatruas do BPN) o que importa são as agencias de rating e não o resultado das eleições. Já se viu de tudo: a ameaça velada à Grécia, a chantagem aberta - "ou pagam ou lixam-se" - , finalmente a tentativa de sedução: se forem bons meninos, nós damos-vos mais dinheiro e até acabamos com a troika.
Como raio querem que esta gente perceba quando o ministro grego diz que o seu país não quer mais dinheiro? Como é que se atrevem? Merkl, Constâncio e aquele rapaz holandês malcriado - que pelos vistos pertence à escola dos falsificadores de títulos académicos no curriculum - comportam-se como torcionários ás ordens de agiotas. Parece um filme negro de Hollywood. Por isso não posso deixar de simpatizar com os heróis da fita, Tsipras e o seu ministro das Finanças.
Cá pelo burgo o filme transforma-se em farsa. Pouco contente com a desgraça e desgoverno em que tem o país, o nosso PM ainda se julga no direito de classificar as propostas do novo governo grego como "contos de crianças". Se o sr.Tsipras tivesse o nível de elevação de PPC poderia responder-lhe que as politicas do (des)governo PSD/CDS são um romance de Stephen King.
O problema da divida grega é que quem na verdade tem um problema são os credores e não o povo grego. O orçamento da Grécia é hoje, descontando o serviço da dívida, um orçamento superavitário. Dito de outra forma, se a Grécia resolvesse deixar de pagar a vida continuava em Atenas. Possivelmente sem luxos. Mas certamente , pelo menos para a esmagadora maioria do povo, para os desempregados e sem-abrigo, com menos problemas do que hoje. A questão é basicamente a mesma em Portugal e Espanha. Ao contrario do que nos querem fazer crer a crise não foi provocada por gregos, espanhóis ou portugueses. A não ser que a sua culpa tenha sido consumir demasiados produtos produzidos e vendidos pelos vizinhos do norte. Não tivéssemos nós comprados tantos queijos franceses, carros alemães ou telemóveis finlandeses e outro galo cantaria.
Outro problema grego ( visto do ponto de vista da elites dirigentes e do capitalismo especulador ) é a capacidade de contágio da vitória do Syriza a outros países. O caso mais aparente é o de Espanha onde o Podemos se apresenta nas sondagens com embalagem para ganhar.
Este contexto poderia, em principio, facilitar a vida ao PS. Isto se o PS fosse, de facto, uma alternativa. Mas o sr. Costa e seus acólitos têm pressa em demarcar-se não das políticas do PSD/CDS mas sim das propostas do Syriza. Com um PS assim é difícil perceber como quer uma certa "nova" esquerda construir uma plataforma de unidade, ao mesmo tempo que quer rotular o PC e a CDU como os que não querem essa unidade. Fazendo por esquecer que em Portugal as propostas mais aproximadas do Syriza são as do PCP. E que mesmo que em alguns militantes comunistas persista alguma desconfiança, a verdade é que o PCP nunca foi, é ou será um KKE.
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