Avançar para o conteúdo principal

O eleitorado flutuante

Dito numa mailing list em que participo:

> Mas o PS já pagou essa factura nas últimas eleições
> onde, obviamente, o eleitorado flutuante -- do qual,
> orgulhosamente, eu faço parte -- se sentiu inclinado
> a votar PSD. Essas contas estão saldadas e não vale
> a pena continuar a apresentar a respectiva factura.

Se algo me faz espécie é saber por que carga de água este tal eleitorado flutuante insiste, persiste e resiste a votar nos mesmos que, ora sós, ora conluiados com o CDS/PP, ora mesmo juntos em união de facto, nos mesmos PS e PSD que se perpetuam há 29 ( vinte e nove ! ) anos no poder.

Será que não flutuaram já o suficiente para perceber que por mais que flutuem os problemas de que se queixam, as facturas que apresentam terão sempre e fatalmente o mesmo destino?

Aconselham-me a mandar arranjar a televisão aos mesmos artistas que há uns anos me enganaram na reparação que fizeram na minha TV anterior? Ou deverei apostar na última loja que não só não arranjou como agravou o estado do receptor?

Por todos os santinhos desta terra: parem de se carpir e experimentem ir votar noutra freguesia. Votem na CDU, no BE, até mesmo no PND ou no MRPP. Ou, se tiverem uma veia ambientalista, defendam uma espécie em vias de extinção - votem POUS!

Irra!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Salamaleques

Na semana em que o Raposão apresentou o seu execrando folheto sobre Alentejo e alentejanos, o assunto que mereceu a indignação da nossa educada imprensa foi uma suposta falta de educação de deputadas da "geringonça" - BE, PCP e PEV - que tiveram o supremo atrevimento de não aplaudir o estreante PR. Tamanha falta de cortesia seria então extensível aos alentejanos presentes na apresentação do inefável Raposão. Indiferentes às mais elementares regras de cortesia, atreveram-se a cantar durante o evento, abandonando de seguida a sala. Pessoas bem educadas teriam obviamente assistido até ao fim em silêncio e sublinhado o final com um cortês e respeitoso aplauso. De volta ao Parlamento, e esquecendo o facto de tal ocorrência não ser exatamente novidade ( como, muito bem, sublinha o Vítor Dias aqui ), parece ser entendimento de certas inteligências bem pensantes na nossa "imprensa de referência" que faz parte das funções de deputado bater palmas  no final das interve

Vemo-nos gregos para pagar

O Manel dava voltas e mais voltas na cama, sem conseguir dormir. A Maria, impedida de dormir pelas voltas do marido pergunta-lhe: "Atão Manel, que se passa homem?", "Ai mulher, amanhã vence a letra de 500 contos ao vizinho Alberto e eu não tenho dinheiro para lhe pagar." "Ai, então é isso?", responde-lhe a Maria. "Pera ai que eu já resolvo o problema." A Maria levanta-se e, após alguns minutos, volta decidida: " Vá Manel, já podes dormir descansado!", "Então Maria??!!", "Olha fui bater à porta do vizinho e dizer-lhe que não tens dinheiro para lhe pagar, agora quem não dorme é ele!" Vale tudo para dobrar a escolha de um povo. A ameaça, a chantagem, a tentativa de suborno. Habituados a yes-men subservientes os DDTs europeus espumam de raiva com os resultados das eleições gregas. Para esta gente a democracia só é válida quando os povos votam de acordo com os seus desejos. Para a corte da Sra Merkel a verdadeira votação

O Paço do Duque e a placa incómoda

Aqui há uns anos os vendedores da memória resolveram requalificar um casarão em ruínas existente ali para os lados do Chiado num condomínio de luxo. O casarão era a antiga sede da PIDE e, além do mais, afixada na parede estava uma placa que lembrava o último crime da PIDE: o metralhar de gente inocente que provocou o único sangue do dia 25 de Abril de 1974 Contra ventos e marés o condomínio fez-se e o projecto-compromisso de ali manter um memorial da polícia política de Salazar foi, como o socialismo de Soares, metido na gaveta. Até mesmo a pobre da placa foi removida. Para obstar -dizem - a algum sobressalto nocturno dos ilustres moradores de tão nobre condomínio. Novos protestos e a placa lá acabou por ser recolocada. A uma altura que me lembra o título do blog de um amigo meu e expressão que usávamos nos idos de 70 para designar a atitude de não levantar problemas: "rente à relva". Novos protestos de uns tipos chatos do "Não Apaguem a Memória" levaram a um &quo